1.5.09

A passagem



Passa vida, passa sob a nossa janela.
Em tumultuado tropel de bois e poesia,
Em cores tão vivas, tão belas
Que mesclam o esboço, o pincel e a tela.

Passa vida, passa.
E sob nossos olhos define:
Imago et lux,
Pessoas e coisas em esplêndida vitrine.

Que importa o espetáculo dos bois enfurecidos
Se nossa alma é tomada por clarividente destino?

Que importa o ruído dos cascos
Se a dimensão infinita da vida
Tornou ancião um menino?

Para vida! Para!...
Que seja eterna e amena
E que depois de tudo
Ainda dure infinito tempo.
E que além intenção, seja plena.