1.5.09

A passagem



Passa vida, passa sob a nossa janela.
Em tumultuado tropel de bois e poesia,
Em cores tão vivas, tão belas
Que mesclam o esboço, o pincel e a tela.

Passa vida, passa.
E sob nossos olhos define:
Imago et lux,
Pessoas e coisas em esplêndida vitrine.

Que importa o espetáculo dos bois enfurecidos
Se nossa alma é tomada por clarividente destino?

Que importa o ruído dos cascos
Se a dimensão infinita da vida
Tornou ancião um menino?

Para vida! Para!...
Que seja eterna e amena
E que depois de tudo
Ainda dure infinito tempo.
E que além intenção, seja plena.


Um comentário:

paulo disse...

Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor.


bjão Tutis